(ESAF/CGU/AFC-AUDITORIA
E FISCALIZAÇÃO/2012)
Entre as intervenções no âmbito das políticas públicas
que são adotadas pelos governos para compensar as falhas de mercado, podemos
citar as seguintes:
1. Ações voltadas para compensar o nível limitado de competição
em decorrência dos efeitos causados por economias de escala;
2. Mecanismos voltados para incentivar a revelação sincera
das preferências em relação à provisão de bens públicos;
3. Incentivos para que os indivíduos invistam menos em
bens cujos custos são privados e os benefícios são públicos;
4. Estímulos à seleção adversa em contextos de competição
perfeita.
É correto o que se afirma em:
a) 1, 2, 3, 4.
b) 1, 4.
c) 1, 2.
d) 2, 3.
e) 3, 4.
Assunto: Políticas públicas no contexto de falhas de
mercado e no contexto de falhas de governo
Comentário:
Falhas de mercados são circunstâncias que ocorrem quando
o mercado, sem regulação do Estado, é deficiente em determinados pontos. Tais
circunstâncias1 são representadas por: a) existência de bens
públicos; b) falha de competição que se reflete na existência de monopólios
naturais; c) as externalidades; d) os mercados incompletos; e) as falhas de
informação; f) ocorrência de desemprego e inflação.
a) Certa. A opção está atrelada à “falha de competição
que se reflete na existência de monopólios naturais”. Assim, para tentar
corrigir essa falha, o governo promove “ações
voltadas para compensar o nível limitado de competição em decorrência dos
efeitos causados por economias de escala”.
b) Certa. Opção interessante, trata do chamado “carona”
na utilização de bens públicos. Essa assertiva está atrelada na existência de
bens públicos como uma falha de mercado. Tal falha pode ser explicada na medida
em que “os bens1 públicos são aqueles cujo consumo/uso é indivisível
ou não rival. Em outras palavras, o seu consumo por parte de um indivíduo ou de
um grupo social não prejudica o consumo do mesmo bem pelos demais integrantes
da sociedade”. Exemplo: utilização de um clube esportivo público, segurança
pública etc. “A questão1 que se coloca para a sociedade é,
justamente, como ratear os custos da produção dos bens públicos entre a
população, tendo em vista que é impossível determinar o efetivo benefício que
cada indivíduo derivará do seu consumo que, muitas vezes, sequer é voluntário.
(...) Além disso, o fato de não se poder individualizar o consumo permite
que algumas pessoas – os “caronas” – possam agir de má fé, alegando que não
querem ou não precisam ter acesso ao consumo e desta forma, negando-se a pagar
por ele, ainda que acabem usufruindo do benefício do bem público”.
Assim, o que se coloca nessa opção é o fato de o
Estado buscar mecanismos voltados para incentivar a revelação sincera das preferências em relação à provisão de bens
públicos.
c)
Errada. O governo deve voltar-se mais aos incentivos
para que os indivíduos invistam MAIS em bens cujos custos são privados e os
benefícios são públicos.
d) Errada. O problema2
de seleção adversa ocorre quando uma das partes envolvidas numa transação sabe
coisas referentes à transação que são relevantes, mas desconhecidas para a
segunda parte. Para
Mishkin3 seleção adversa é um problema de informação assimétrica que
ocorre antes de uma transação ocorrer. Maus tomadores na verdade são os que
mais procuram por empréstimos. Desse
modo, seria totalmente descabido, em um sonhado mundo de competição perfeita,
que o governo fomentasse a seleção adversa.
Referência:
1. GIAMBIAGI, Fábio; ALÈM, Ana
Cláudia. Finanças Públicas: teoria e
prática no Brasil. Ed. Campus, 2000.
2. KREPS,
David. A course of microeconomics theory. New York: Harvester Wheatsheaf, 1994.
3. MISHKIN,
Frederic S. Moedas, Bancos e Mercados Financeiros. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
GABARITO: C
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